Era 1974 quando Raul Seixas cantou: “sonho que se sonha junto é realidade”. A Rizoma Agro é prova de que Raul estava – e sempre estará – certo. A empresa é fruto do “sonho sonhado junto” pelos empresários Pedro Paulo Diniz e Fabio Sakamoto, de levar agricultura orgânica e regenerativa a milhares de hectares de terras no Brasil.
O nome pode soar estranho, já que a técnica ainda não é muito conhecida por aqui, mas a prática é relativamente simples: consiste em associar floresta a sistemas produtivos agrícolas e de pecuária, aproveitando a própria natureza e a sua capacidade de proteger e regenerar o solo para levar esses benefícios também às lavouras e pastos.
Ou seja, ao invés de obrigatoriamente retirar árvores e outras vegetações de áreas que se tornarão produtivas, essas espécies podem ser mantidas e conviver com as que serão plantadas. Ou ainda, no caso de elas não serem próprias para esse convívio, retirá-las, plantando então outras mais adequadas no lugar. Aqui a palavra de ordem é equilíbrio.
A Rizoma Agro nasceu em 2018, mas sua história começou nove anos antes na Fazenda da Toca, área de 2,3 mil hectares localizada em Itirapina, a 200 km da capital paulista. Ali foi uma espécie de laboratório para Pedro Paulo Diniz, quando o empresário decidiu desbravar o universo da produção orgânica, mercado que, na época, já parecia promissor no Brasil e que vem crescendo consistentemente desde então.
Ele transformou a propriedade da família em um núcleo de produção de orgânicos em larga escala, que hoje mantém quatro grandes operações: ovos orgânicos, sob gestão própria da Fazenda, além de leite orgânico, grãos e sistemas agroflorestais (por meio de sistemas de parceria).
O sucesso da Fazenda da Toca foi a mola propulsora para que, junto com o sócio Sakamoto, Diniz desse um passo ambicioso e fundasse a Rizoma Agro, dando escala ao modelo de agricultura regenerativa, uma forma de produzir ainda mais sustentável do que a orgânica.
Atualmente com operações em duas fazendas no oeste paulista – uma no município de Iaras e outra em Itirapina – a empresa produz milho, soja, feijão, aveia e limão, com emissão de carbono negativa. Isso significa que, no modelo de plantio adotado pela Rizoma Agro, as árvores e outras espécies presentes sequestram mais carbono do que a produção toda emite na atmosfera.
O diretor de operações da empresa, Fernando Tersi, explica que cada hectare de produção de grãos é capaz de neutralizar 6,4 toneladas de carbono por ano. “Usamos sistema agroflorestal e silvipastoril, em que a gente combina com o pasto ou a lavoura árvores e arbustos escolhidos por meio de muita pesquisa. Assim, além de não impactar ou degradar o solo, nós ainda o regeneramos. E, claro, também cuidamos do bem-estar animal”, conta o diretor que está na empresa desde sua fundação.
Tersi explica que a produção orgânica e regenerativa precisa ser muito precisa, pois os riscos de perdas são maiores e que, para conseguir esta precisão, além de estudo constante, a Rizoma Agro precisou se aliar aos melhores parceiros, como a John Deere.
“Desde o primeiro momento sabíamos que necessitávamos da tecnologia mais precisa disponível e, por isso, quase todo o nosso maquinário é da John Deere. São tratores, colheitadeiras, pulverizadores e plantadeiras que nos ajudam a chegar a números de produtividade iguais da agricultura convencional”, conta.
Além dos equipamentos de alta tecnologia, ele afirma que a John Deere oferece segurança aos colaboradores da Rizoma Agro. Tersi destaca que a empresa se orgulha de nunca ter tido afastamentos de funcionários por acidentes, inclusive nas operações mecanizadas. Essa segurança é potencializada pelos treinamentos anuais oferecidos pela John Deere e seus concessionários, momentos que, no seu entender, são fundamentais para a criação de vínculo entre o colaborador e a máquina.
“Nos treinamentos, os operadores aprendem a aproveitar todo o potencial da máquina e também a ter carinho e cuidado. É legal ver como eles ficam felizes em operar um equipamento de última geração. É como se eles criassem um vínculo”
Fernando Tersi
Marco Cardoso, proprietário da Unimaq, concessionária John Deere responsável pelo atendimento da Rizoma Agro na região de Iaras, enfatiza que esta parceria é de mão dupla: “Nos orgulhamos em fazer parte e colaborar com um projeto pioneiro e inovador como o da Rizoma Agro e saber que conseguimos agregar, fazendo o nosso melhor, seja na tecnologia que entregamos, ou na assistência técnica”.
Ele pontua que as sinergias entre a John Deere e a Rizoma Agro estão presentes na prática, mas também nos princípios das duas instituições. “É só olhar os valores da John Deere: integridade, qualidade, comprometimento e inovação. Os quatro estão bem explícitos também na Rizoma Agro”, reflete.
As universidades representam outra parceria importante da Rizoma Agro. Todas as técnicas utilizadas são estudadas por organizações brasileiras, como a Unicamp, além de instituições norte-americanas e europeias.
Atualmente, as fazendas da Rizoma Agro ocupam 1,2 mil hectares e há previsão de expansão para mais 5 mil hectares no estado do Mato Grosso, o que deve acontecer nos próximos meses.
Para garantir que a agricultura regenerativa cresça e ocupe os milhares de hectares sonhados por seus fundadores, a empresa compartilha o conhecimento e experiências acumulados. Em 2020, a Rizoma Agro realizou o Dia de Campo, em que abriu as portas de sua fazenda para pequenos, médios e grandes produtores, para que todos pudessem conhecer seus métodos e ver como, na prática, um modelo mais sustentável é possível. “O espírito da Rizoma Agro é fazer com que a agricultura regenerativa seja popularizada e ganhe espaço”, enfatiza Tersi.
Mesmo com pouco tempo de estrada, a Rizoma Agro já tem resultados positivos. Sua produção chega a clientes no Brasil e no exterior a preços competitivos e eles podem dizer, com convicção, que é viável e lucrativo fazer produção regenerativa orgânica em larga escala.
O mercado de orgânicos movimentou R$ 4,6 bilhões no Brasil em 2019, segundo balanço da Organis, entidade setorial dos orgânicos. Essa cifra representa aumento de 15% em relação ao faturamento de 2018. Apesar de expressivo, esse número é apenas 10% do que o setor movimenta nos Estados Unidos. O potencial de crescimento é enorme e a Rizoma Agro sabe como aproveitá-lo e ainda somar a esta conta a regeneração do solo, mas não quer fazer isso sozinha. Cabe muito mais gente nesse sonho.
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