Promover a equidade de gêneros no agronegócio, apoiar umas às outras, aprender, superar desafios e compartilhar histórias inspiradoras. Essas ações fazem parte da proposta da União das Mulheres do Agro, a Rede UMA, iniciativa prestes a completar dois anos e que já transformou a vida de centenas de pessoas.
A Rede UMA foi lançada oficialmente em abril de 2020. Sua origem, porém, data de um pouco antes. Tudo começou com uma situação bastante triste vivenciada pela advogada Cristiane Steinmetz. Após o falecimento de seu pai, agricultor e dono de propriedade, ela, sua irmã Adriane e sua mãe Clélia viram-se subitamente responsáveis pela administração da fazenda.
Em maior ou menor grau, as três até tinham certa vivência com o dia a dia na lavoura. Mas nunca na linha de frente. A fim de buscar apoio e compartilhar experiências, Cristiane teve a ideia de criar um grupo para se conectar com outras mulheres.
Cada vez menos advogada e mais agricultora, Cristiane foi percebendo que havia muitas pessoas em situação semelhante, com desafios dos mais variados, mas sem muita visibilidade.
Para se ter uma ideia, de acordo com levantamento de 2017 da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), cerca de 20% das propriedades são conduzidas por mulheres. Se pensarmos em gestão compartilhada, o número vai para 37%. Isso representa quase 2 milhões de mulheres.
“A mulher sempre esteve no campo. Minha mãe esteve, minha avó esteve. Porém, elas ficavam em segundo plano”
Cristiane Steinmetz
Com o tempo, o grupo evoluiu e se tornou a Rede UMA. Hoje, a iniciativa conta com a participação de mais de 700 mulheres, está presente em mais seis países além do Brasil (Peru, Paraguai, EUA, Alemanha, Portugal e África do Sul) e tem conexões com grupos parceiros.
Afora dos grupos de discussão e apoio, as atividades da rede estão distribuídas em alguns pilares, como capacitação profissional (com cursos e workshops), desenvolvimento pessoal (afinal, muitas vezes o crescimento ultrapassa o currículo e precisa de um apoio moral), benefícios para as integrantes (como descontos para marcas parceiras e credenciamento para eventos), ações sociais (para capacitar pessoas em condições menos favoráveis) e o compartilhamento de histórias.
Em um projeto tão interessante como esse, a
John Deere certamente não poderia ficar de fora. Por isso, a Rede UMA e a John Deere são parceiras em algumas iniciativas. Além do Conecta, está sendo montado um calendário de capacitação para as participantes da rede, que inclui treinamentos com máquinas e soluções de agricultura de precisão.
Também estão em fase de planejamento iniciativas voltadas ao desenvolvimento de lideranças e ao empreendedorismo, como forma de ajudar a manter a rede. Já foram desenvolvidos, por exemplo, itens de moda que remetem à agricultura, como colares de milho, acessórios de trigo e até berloque de trator.
Importante destacar que a iniciativa não é restrita às mulheres: homens dispostos a promover a equidade também são bem-vindos no grupo.
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